Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil (Ipea, 2013)
Instituição/Orgão: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Âmbito:: nacionalestadual Ano: 2013Estudo revela que a cada 1h30 ocorre um feminicídio no Brasil
No Brasil, entre 2001 a 2011, estima-se que ocorreram mais de 50 mil feminicídios: ou seja, em média, 5.664 mortes de mulheres por causas violentas a cada ano, 472 a cada mês, 15,52 a cada dia, ou uma morte a cada 1h30.
Além de apontar a elevada magnitude dos feminicídios em todas as regiões e UF brasileiras, o estudo destaca que o perfil dos óbitos é, em grande parte, compatível com situações relacionadas à violência doméstica e familiar contra a mulher. “Essa situação é preocupante, uma vez que os feminicídios são eventos completamente evitáveis”, diz a pesquisadora Leila Garcia, responsável pelo estudo.
29% dos feminicídios ocorreram no domicílio e 31%, em via pública
Sobre a pesquisa
No Brasil, não existem estimativas nacionais sobre a proporção de mulheres que são assassinadas por parceiros. Assim, a análise considerou o total dos óbitos de mulheres por agressões como indicador aproximado do número de feminicídios. Essas informações estão disponíveis no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
Acesse a divulgação: Ipea revela dados inéditos sobre violência contra a mulher (Ipea, 19/09/2013)
Faça o Download da pesquisa completa5,82 óbitos por 100 mil mulheres = taxa de feminicídios no Brasil (2009-2011)
As regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte apresentaram as taxas de feminicídios mais
elevadas, respectivamente, 6,90, 6,86 e 6,42 óbitos por 100 mil mulheres.
Perfil das vítimas: jovens, negras e com baixa escolaridade
Mulheres jovens foram as principais vítimas: 31% estavam na faixa etária de 20 a 29 anos e 23% de 30 a 39 anos, o que quer dizer que mais da metade dos óbitos (54%) foram de mulheres de 20 a 39 anos.
No Brasil, 61% dos feminicídio foram de mulheres negras, as principais vítimas em todas as regiões – à exceção da Sul -, merecendo destaque a elevada proporção de óbitos de negras nas regiões Nordeste (87%), Norte (83%) e Centro-Oeste (68%).
A maior parte das vítimas apresentavam baixa escolaridade, 48% daquelas com 15 ou mais anos de idade tinham até 8 anos de estudo.