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Conflitos no Campo Brasil 2018 (CPT, 2019)

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De 2009 a 2018, segundo o banco de dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), 1.409 mulheres sofreram algum tipo de violência. A organização, no entanto, afirma que que esse número pode ser multiplicado por muitos dígitos, pois em casos como despejo ou expulsão, por exemplo, é computado o número de famílias, mas não é feito um levantamento do número de mulheres envolvidas naquela violência.

Em 2018, o número de mulheres que sofreram alguma forma de violência foi o mais alto desde 2008. Foram 482 casos de violências, sendo que:

– 36 mulheres foram ameaçadas de morte;
– 6 sofreram tentativas de assassinato;
– 15 foram presas (10 mulheres sem-terra foram presas em julho de 2018 durante ocupação da Fazenda Verde Vale, no município de Alvorada do Oeste, em Rondônia);
– 2 torturadas;
– 6 sofreram ferimentos;
– 2 morreram em consequência dos conflitos;
– 1 sofreu aborto;
– 400 foram detidas (na ação em que denunciavam a privatização das águas em Minas Gerais, elas ocuparam a Nestlé, em São Lourenço (MG). A polícia as manteve detidas por horas dentro dos ônibus que as conduziam e todas passaram por revista).

De 2009 a 2018, os dados de violência contra mulheres no campo apontam que:
– 38 mulheres foram assassinadas;
– 80 sofreram tentativas de assassinato;
– 409 receberam ameaças de morte;
– 22 morreram em consequência de conflitos;
– 111 foram presas;
– 410 foram detidas;
– 37 foram estupradas

Outras sofreram agressão (75), ameaça de prisão (16), contaminação por agrotóxicos (19), ferimento (52), humilhação (67) e intimidação (94).

Sobre a pesquisa:

Os dados fazem parte da edição “Conflitos no Campo Brasil 2018”, editada pela Comissão Pastoral da Terra desde 1985, por meio de seu Centro de Documentação Dom Tomás Balduíno, que registra os conflitos e violências sofridas pelas trabalhadoras e trabalhadores do campo. Segundo o relatório, no total, em 2018, foram registrados 1.489 conflitos, sendo que a maioria está concentrada na região amazônica, e soma um total de cerca de 1 milhão de pessoas envolvidas, um aumento de 35% em relação a 2017 (708.520 pessoas).