Levantamento estabelece paralelos que indicam fatores que podem contribuir para que as mulheres quebrem o silêncio

Pesquisa realizada pelo Datafolha em 2017 revelou que brasileiras que estudam mais relatam mais os casos de assédio sexual. Entre as que completaram o ensino fundamental 26% disseram já terem sido vítimas de assédio, este número subiu para 47% para as que completaram o ensino médio, chegando a 57% para as que completaram o ensino superior.

A renda foi outro fator apontado pela pesquisa: 38% das mulheres com renda até 2 salários mínimos relataram terem sofrido algum tipo de assédio. Este número subiu gradativamente até alcançar 58% das mulheres com renda de mais de 10 salários mínimos.

Mulheres negras e amarelas foram as que mais relataram o assédio sexual em comparação com as mulheres brancas e indígenas.

Os dados sobre assédio sexual têm aumentado a cada dia, demonstrando que as mulheres estão reconhecendo essas violências, além de não mais as tolerar. Isso também evidencia que essas condutas ainda existem e que é necessário compreender que elas são baseadas na forma como os homens e as mulheres se comportam na sociedade – as chamadas ‘regras de gênero’, que se baseiam na suposta superioridade masculina sobre as mulheres e também na naturalização de condutas sociais, como o assédio.”

Ana Rita Souza Prata, defensora pública do Estado de São Paulo e coordenadora do NUDEM/SP