Dados recentes do estudo “Aborto no Brasil: inseguro, ilegal e criminalizado”, realizado pela Associação de Pesquisa Iyaleta em 2023, mostram que na última década as mulheres cisgênero e pessoas que gestam negras (pretas e pardas) representam mais da metade entre os grupos raciais na situação de insegurança em caso de abortamento (cerca de 54% de todos os casos). A partir das notificações do uso de substâncias tóxicas na tentativa de aborto, conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação/Intoxicação Exógena (SINAN/DATASUS), o policy brief, escrito pelas pesquisadoras Emanuelle Goes e Mariana P. Lima, constata que os métodos utilizados para a realização da interrupção de uma gravidez tornam o aborto um problema de saúde pública e injustiça reprodutiva no Brasil.
2.213 mulheres cisgênero e outras pessoas que gestam foram notificadas pela tentativa de aborto inseguro com uso de alguma substância tóxica no período de 2012 a 2022
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