Violência contra LGBTs+ nos contextos eleitoral e pós-eleitoral (Gênero e Número, 2019)

Instituição/Órgão
Âmbito
Ano

Sobre o perfil das pessoas entrevistadas:

– Identidade de gênero: mulheres cis (43%); homens cis (46%); pessoas não binárias (4,5%); travestis (2%); mulheres trans (1%); homens trans (1%); outras (2%);

– Orientação sexual: gays (39,5%); bissexuais (27,5%), lésbicas (24%), pansexuais (6%), heterossexuais (2%) e outras (1%);

Alguns achados da pesquisa:

– Mulheres lésbicas formam um dos grupos que mais declararam ter sofrido violência (57%), seguidas das pessoas trans e travestis (56%), gays (49%) e pessoas bissexuais (44,5%);

– 51% dos entrevistados sofreram pelo menos uma agressão durante o segundo semestre de 2018;

– Duas vezes é a frequência de violência mais sofrida por lésbicas no período eleitoral. Elas concentram cerca de 46% dos casos, sendo assédio moral, violência verbal e tratamento discriminatório as principais violências;

– 54,5% das travestis, homens e mulheres trans afirmaram ter sofrido  violência mais de três vezes motivadas por sua orientação sexual e/ou identidade de gênero durante as eleições de 2018;

– Somente 3% das pessoas entrevistadas que sofreram violências disseram ter feito boletim de ocorrência após o ocorrido;

Sobre os tipos de violências (na pesquisa foi possível identificar mais de uma violência, por isso a somatória não é de 100%):

Sobre o local das agressões (entrevistados responderam a questão de múltipla escolha, podendo assinalar mais de uma vez):

Sobre a autoria da violência (entrevistados responderam a questão de múltipla escolha, podendo assinalar mais de uma vez):

Violências contra LGBT+ nas redes sociais

Gays, lésbicas, bissexuais e pansexuais, nesta ordem, foram as categorias que mais declararam ter enfrentado situações violentas nas redes sociais. Pessoas negras (pretas e pardas)  correspondem a 53% desses casos (considera-se aqui o grupo de 51% da amostra total que afirmou ter sofrido violência).

Sobre a pesquisa

Realizado pela Gênero e Número, o objetivo deste estudo consiste em identificar e qualificar incidências ou ameaças de violência contra pessoas LGBT+ ocorridas durante e após as eleições no segundo semestre de 2018. O resultado da pesquisa é um levantamento inédito e em profundidade obtido a partir da aplicação de questionários com pessoas autodeclaradas LGBT+ com idade igual ou superior a 16 anos e frequentadoras de espaços de sociabilidade LGBT+ nas cidades de São Paulo (205 questionários), Rio de Janeiro (100) e Salvador (95), entre os dias 17 e 20 de janeiro de 2019, totalizando um universo de 400 respondentes. Também foram realizadas entrevistas com lideranças e/ou representantes da Aliança Nacional LGBTI, da Associação Brasileira de Travestis e Transexuais (ANTRA) e do Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (IBRAT), durante os meses de fevereiro e março de 2019.

Saiba mais sobre a pesquisa