Situação da violência contra as populações negra, LGBT, indígena e em situação de rua no Sistema Único de Saúde do Rio Grande do Sul (UFRGS, IFRS, 2019)

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Dados apresentados no relatório sobre violência contra populações vulneráveis aponta que mulheres são maiores vítimas

População negra

– Foram registradas 76.478 notificações de violência, das quais 12.749 fichas (16,7%) eram de vítimas autodeclaradas negras. Dentro deste recorte, as mulheres foram as mais afetadas, correspondendo a 70% das notificações em geral e a 47,1% das vítimas reincidentes. Dentre as motivações registradas pelas vítimas, o sexismo foi apontado por 801 mulheres negras como a causa da violência.

População indígena

– Foram registradas 399 casos (0,5%) cujas vítimas tinham a identificação indígena assinalada no campo de raça/cor. Também nesta população, a violência é maior contra as mulheres (274 casos).

População LGBT

– Foram identificados 504 casos notificados de violência contra lésbicas e 328 contra homens gays. Também houve 119 registros referentes à violência sofrida por mulheres bissexuais e 31 por homens bissexuais.

– Como reincidentes, o relatório identificou 232 dos casos de violência contra lésbicas, 68 casos de bissexuais do sexo feminino, 126 casos contra gays e 16 casos de bissexuais do sexo masculino. Foram também localizados 78 casos contra travestis, 354 contra mulheres transexuais e 71 contra homens transexuais.

– Em relação ao sexo registrado na ficha de notificação e a identidade de gênero, 78 das travestis foram declaradas do sexo masculino; entre as mulheres transexuais, 354 foram identificadas com o sexo feminino e, entre homens transexuais, 71 tiveram o sexo masculino registrado na ficha de notificação.

População em situação de rua

– 899 (1,2%) notificações foram encontradas referentes à população em situação de rua. A faixa etária de 20 a 59 anos representa 54,28% do total de casos de violência, dos quais 288 são contra mulheres e 200 contra homens.

Sobre a pesquisa

Lançada em 2019, a pesquisa traz um diagnóstico da situação da violência contra as populações negra, LGBT, indígena e em situação de rua, ao analisar os dados registrados Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Sistema Único de Saúde (SUS) do Rio Grande do Sul, durante os anos de 2014 a 2017. Objetivo foi avaliar a quantidade e a qualidade das informações disponíveis no Sinan e proporcionar a qualificação de profissionais das áreas de saúde, educação e assistência social.

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