RASEAM – Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (SPM-PR, 2014)

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Publicado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), o RASEAM – Relatório Anual Socioeconômico da Mulher traz indicadores sociais que desenham um panorama sobre a situação das mulheres brasileiras.

“Em 2012, as mulheres eram mais de 51% da população brasileira e as mulheres que se declararam negras compunham quase 52% da população feminina do país.”

Sobre o relatório

Os indicadores apresentados no capítulo “Enfrentamento de Todas as Formas de Violência contra as Mulheres” originam-se principalmente de duas bases de dados, o  Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, e o Balanço 2013 do Ligue 180 – a Central de Atendimento à Mulher, da SPM-PR.

Os dados do Sinan são coletados de forma contínua a partir da Ficha Individual de Notificação, preenchida pelas unidades assistenciais de saúde para cada paciente quando da ocorrência de problemas de saúde de notificação compulsória, dentre os quais estão incluídas a violência doméstica, violência sexual e outros tipos de violência.

Os dados do Ligue 180 são coletados e disponibilizados pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (saiba mais sobre o serviço).

A publicação traz também um índice das tabelas disponíveis, um anexo estatístico, agrupando o conteúdo integral das tabelas, uma sinopse sobre as fontes utilizadas e um glossário.

Veja mais: 2º Relatório Anual Socioeconômico da Mulher faz diagnóstico para subsidiar políticas públicas

Mulheres são as maiores vítimas de violência nos registros da Saúde

Dos 161.274 casos de violência doméstica, violência sexual e outros tipos de violência notificados ao Sinan em 2012, em 65% as vítimas eram mulheres. Na Região Norte, mais de 73% das vítimas eram mulheres.

As mulheres eram as vítimas em mais de 79% dos registros de violência física.

As vítimas eram mulheres em mais de 90% dos casos notificados de violência sexual, financeira, psicológica e moral e, também, nos casos de tortura.

 

O inimigo mora em casa

Os agressores eram homens em 82% dos casos em que as vítimas eram mulheres.

Mais de 64% das violências registradas contra mulheres adultas (entre 20 e 59 anos de idade) foram cometidas em suas residências.

Mais de 40% dos registros de violência contra mulheres adultas reportavam casos de violência de repetição, isto é, as agressões eram praticadas de forma reincidente.

 

 

‘Ele só bate quando bebe; mas só bate na mulher’

Quando houve a suspeita de que o agressor estava alcoolizado ao praticar a violência, quase 83% das vítimas eram do sexo feminino.

 

Jovens em maior risco de feminicídio

Segundo dados do Sinan, em 2012 a taxa de homicídio registrada para a população feminina era de 4,6 mortes para cada 100.000 mulheres.

Entre as mulheres de 20 a 24 anos de idade, a taxa encontrada foi de 8,1 homicídios para cada 100 mil.

Violência contra negras e indígenas

As mulheres brancas correspondiam a quase 45% e as mulheres negras eram mais de 38% do total das vítimas de violência registradas pelo Sinan em 2012.

“Cabe enfatizar, ademais, a pressão sofrida sobre a vida das mulheres indígenas. É digno de nota o fato de que a taxa de homicídio para essa população era, em 2012, de 7,3 mortes para cada 100.000 mulheres. Além de proporcionalmente falecerem mais em decorrência de homicídios, a taxa de suicídio observada entre as mulheres indígenas também era surpreendentemente alta, a saber 5,8 mortes para cada 100.000 mulheres, ou seja quase 260% mais alta que a média nacional para a população feminina (2,2 mortes para cada 100.000 mulheres).”

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