Assassinato de Homossexuais (LGBT) no Brasil: Relatório 2013/2014 (GGB, 2014)
- Instituição/Órgão
- Grupo Gay da Bahia (GGB)
- Âmbito
- estadual / municipal / nacional
- Ano
- 2014
“A cada 28 horas um homossexual brasileiro foi barbaramente assassinado em 2013, vítima da homofobia”
Produzido pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), o Relatório Anual de Assassinato de Homossexuais no Brasil (LGBT) compilou 312 assassinatos de gays, travestis e lésbicas no Brasil em 2013.
Sobre a pesquisa
Segundo o coordenador desta pesquisa, o antropólogo Luiz Mott, da Universidade Federal da Bahia, “a subnotificação destes crimes é notória, indicando que tais números representam apenas a ponta de um iceberg de violência e sangue, já que nosso banco de dados é construído a partir de notícias de jornal, internet e informações enviadas pelas Ongs LGBT”.
O antropólogo afirma que “o Brasil continua sendo o campeão mundial de crimes homo-transfóbicos [ou ‘homocídios’]: segundo agências internacionais, 40% dos assassinatos de transexuais e travestis no ano passado foram cometidos no Brasil”.
Mais sobre o relatório: http://homofobiamata.wordpress.com/
Gays e travestis lideram os ‘homocídios’: são 94% das vítimas
Os gays lideram os “homocídios”, assasssinatos de homossexuais por homofobia, com 186 mortes (59%), seguidos de 108 travestis (35%), 14 lésbicas (4%), 2 bissexuais (1%) e 2 heterossexuais (1%).
Os gays são mortos em casa, as travestis/transexuais são baleadas na rua
O padrão predominante que foi observado no levantamento é o gay ser assassinado em sua residência, com armas brancas ou objetos domésticos, enquanto as travestis e transexuais são mortas na rua, a tiros.
Crimes de ódio praticados com extrema violência e crueldade
Pela recorrência da violência extremada, grande parte desses homicídios caracterizam-se como crimes de ódio:
“100 dos assassinatos foram praticados com arma branca (faca, punhal, canivete, foice, machado, tesoura),
93 com armas de fogo,
44 espancamentos (paulada, pedrada, marretada),
31 por asfixia,
4 foram queimados.Constam ainda afogamentos, atropelamentos, enforcamentos, degolamentos, empalamentos e violência sexual, tortura.”
Travestis profissionais do sexo e cabeleireiros são as principais vítimas
“Predominam as travestis profissionais do sexo, 32 das vítimas (45%), seguidas de 28 cabeleireiros, 17 professores, 7 estudantes, 4 empresários e funcionários públicos, 3 atores e comerciantes, 2 aposentados, autônomos e padres.”
“Quanto a idade, 7% dos LGBT tinham menos de 18 anos ao serem assassinados, sendo o mais jovem uma travesti de 13 anos, da zona rural de Macaíbas (RN).”