Dificuldades na carreira de magistrada (Escola Nacional de Formação e de Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho – ENAMAT, 2019)

Mais da metade das magistradas (53,2%) já foi vítima de atitudes discriminatórias pela condição de ser mulher no ambiente profissional.

Os autores mais recorrentes de atitudes discriminatórias contra profissionais mulheres foram advogados (79,9%),  seguido de homens que faziam parte do processo ou eram testemunhas (47,6%) e magistrados (46,2%).

Sobre o estudo

Estes dados fazem parte da pesquisa Dificuldades na carreira de magistrada, realizada pela Comissão de Estudos para o Incentivo à Participação Institucional Feminina, da Escola Nacional de Formação e de Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho – ENAMAT, em maio de 2019.

A pesquisa foi realizada entre fevereiro e março de 2019 por meio de envio de e-mail às magistradas, com questionário online. O levantamento teve a participação de 758 respondentes, o que representou, aproximadamente, 43% do universo dos endereços eletrônicos das magistradas trabalhistas cadastrados na base de dados do Conselho Nacional de Justiça. É importante considerar, todavia, que o total de cargos providos de magistradas informado pela Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho é de 1632 juízas de 1º grau, 230 desembargadoras de 2º grau e de cinco ministras do Tribunal Superior do Trabalho, perfazendo o total de 1867 magistradas em atuação na Justiça do Trabalho.

Perfil das entrevistadas

As magistradas que participaram do estudo majoritariamente estavam na  faixa etária entre 31 e 50 anos, representando 70,5% das respondentes. O estado civil é na maior parte de magistradas casadas (61,2%) e em união estável (11,7%), ao se considerar o percentual de magistradas separadas/divorciadas (15,7%), solteiras (10,9%) e viúvas (0,4%). Quanto ao perfil declarado de raça/cor, demonstrando pouca diversidade étnico-racial das magistradas, com 81% de brancas, 14,9% de pardas, 2,2% de pretas, 1,6% de amarelas/orientais e 0,3% de indígenas.