Violência contra a mulher no ambiente universitário (Data Popular/Instituto Avon, 2015)
- Instituição/Órgão
- Data Popular / Instituto Avon
- Âmbito
- nacional
- Ano
- 2015
Sobre violência de gênero, assédio e violência sexual
– Entre as universitárias entrevistadas:
- 67% disseram já ter sofrido algum tipo de violência (sexual, psicológica, moral ou física) praticada por um homem no ambiente universitário
- 56% já sofreram assédio sexual
- 28% já sofreram violência sexual (estupro, tentativa de abuso enquanto sob efeito de álcool, ser tocada sem consentimento, ser forçada a beijar veterano)
- 42% já sentiram medo de sofrer violência no ambiente universitário
- 36% já deixaram de fazer alguma atividade na universidade por medo de sofrer violência
– Já os homens não percebem diversas práticas como violentas:
- para 27% não é violência abusar de uma garota se ela estiver alcoolizada;
- 35% não reconhecem que existe violência no ato de coagir uma mulher a participar de atividades degradantes;
- 31% não veem problema em repassar fotos ou vídeos das colegas sem autorização
Para eles, essas ações violentas ‘são consequências naturais de comportamentos da mulher’ ou ‘brincadeiras sem intenção de ofender ou intimidar’.
Sobre a pesquisa
Realizada pelo Data Popular e Instituto Avon, a pesquisa “Violência contra a mulher no ambiente universitário” analisa a percepção e o comportamento dos jovens diante do tema.
Metodologia
A pesquisa foi realizada entre setembro e outubro de 2015, com universitários matriculados em cursos de graduação e pós-graduação. Na etapa quantitativa foi feita uma pesquisa online com 1.823 universitários de ambos os sexos (60% mulheres e 40% homens) de todas as regiões do país, e na qualitativa, grupos de discussão com universitários e entrevistas em profundidade com especialistas. Nas duas etapas foram colhidos depoimentos dos estudantes.
Especialistas consultados na etapa qualitativa (para acessar os contatos clique em Fontes):
Heloísa Buarque de Almeida – professora do Departamento de Antropologia Social da Universidade de São Paulo (USP), especialista em gênero
Jacira Melo – diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão-Mídia e Direitos
Maria Gabriela Manssur – promotora de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Coordenadora do Núcleo de Combate à Violência contra a Mulher
Marina Braga – líder da Frente Feminista Casperiana Lisandra (Coletivo feminista da Faculdade Cásper Líbero)
Sérgio Barbosa – filósofo e Coordenador do Programa de Responsabilização de Homens Autores de Violência contra a Mulher do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde
Sílvia Chakian – promotora de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica (Gevid)
Saiba mais:
Pesquisa Violência contra a mulher no ambiente universitário (Agência Patrícia Galvão, 09/12/2015)
2,9 milhões de estudantes brasileiras já sofreram alguma violência de gênero na universidade (Marie Claire – 04/12/2015)
Muitas sentem medo de sofrer violências e evitam algumas atividades na universidade
Fonte: Violência contra a mulher no ambiente universitário (Data Popular/Instituto Avon, 2015)
Jovens não reconhecem violência sofrida ou praticada
Formas de violência consideradas na pesquisa
Para esta pesquisa, foram definidos tipos de violência contra a mulher que vão além da violência física e sexual, que são as mais evidentes. Consultando especialistas, coletivos feministas e estudantes que vivenciam o cotidiano das universidades, chegou-se a seis grupos de violências:
Fonte: Violência contra a mulher no ambiente universitário (Data Popular/Instituto Avon, 2015)
Para 27% dos universitários não é violência abusar de uma garota alcoolizada
Rapazes consideram práticas violentas como naturais ou “brincadeiras”
Fonte: Violência contra a mulher no ambiente universitário (Data Popular/Instituto Avon, 2015)
Elas sofrem mais violências do que eles reconhecem cometer
Fonte: Violência contra a mulher no ambiente universitário (Data Popular/Instituto Avon, 2015)
Assédio e violência sexual fazem parte do cotidiano universitário
Formas de assédio sexual: Comentários com apelos sexuais indesejados / Cantada ofensiva / Abordagem agressiva
Formas de violência sexual: Estupro / Tentativa de abuso enquanto sob efeito de álcool / Ser tocada sem consentimento / Ser forçada a beijar veterano
Fonte: Violência contra a mulher no ambiente universitário (Data Popular/Instituto Avon, 2015)