Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil: Ano de 2012 (SDH, 2013)
- Instituição/Órgão
- Secretaria de Direitos Humanos da Presidência (SDH-PR)
- Âmbito
- estadual / nacional
- Ano
- 2013
Produzido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH-PR), o relatório analisa as estatísticas produzidas a partir de denúncias ao poder público e notícias de jornais, revistas, blogs de notícias, TV e rádio sobre violações dos direitos humanos da população LGBT em todo o país em 2012.
Sobre o relatório
As fontes do relatório são o Disque 100, da SDH-PR, o Ligue 180, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência (SPM-PR), e a Ouvidoria do Sistema Único de Saúde (SUS), do Ministério da Saúde.
A lesbofobia, a transfobia e a bifobia estão inclusos como casos de homofobia, para melhor fluência no texto.
Acesse a divulgação do relatório: Número de denúncias de violência homofóbica cresceu 166% em 2012, diz relatório (SDH-PR, 27/06/2013)
Número de denúncias cresceu 166% e o de violações, 46%
O número de denúncias cresceu 166% em relação ao ano anterior, saltando de 1.159 para 3.084 registros
Em 2012, foram registradas pelo poder público 3.084 denúncias de 9.982 violações relacionadas à população LGBT – sendo que em uma única denúncia pode haver mais de um tipo de transgressão – envolvendo 4.851 vítimas e 4.784 suspeitos.
Em relação a 2011 houve um aumento de 166,09% de denúncias e 46,6% de violações, quando foram notificadas 1.159 denúncias de 6.809 violações de direitos humanos contra LGBTs, envolvendo 1.713 vítimas e 2.275 suspeitos.
Gays e lésbicas aparecem como principais vítimas nos casos denunciados
Entre as vítimas das denúncias 60,44% foram identificadas como gays, 37,59% como lésbicas, 1,47% das vítimas foram identificadas como travestis e 0,49% como transexuais.
Travestis são as principais vítimas na cobertura da imprensa
De acordo com a pesquisa hemerográfica, em 2012 as travestis foram as mais vitimizadas pela violência homofóbica, sendo 51,68% do total; seguidas por gays (36,79%), lésbicas (9,78%), heterossexuais e bissexuais (1,17% e 0,39%, respectivamente).
Em 2011 as travestis correspondiam a 50,54% das vítimas, seguidas pelos gays (36,5%), lésbicas (6,7%), heterossexuais e bissexuais (2,3% e 0,84%, respectivamente).
Agressores são conhecidos na maioria dos casos denunciados ao poder público
Do total de denúncias encaminhadas ao governo federal em 2012, 58,9% das vítimas conheciam os suspeitos da violência, enquanto 34,1% eram desconhecidos e em 7% dos casos não havia informação.
Humilhações, hostilizações e ameaças são as principais formas de violência psicológica
As denúncias mais comuns foram, na ordem, violência psicológica, discriminação e violência física.
Dentre os tipos mais reportados de violência psicológica estão: as humilhações (35,32%), as hostilizações (32,27%) e as ameaças (15,78%). Calúnia, injúria e difamação aparecem com 8,56%.