Redes de apoio e saídas institucionais para mulheres em situação de violência doméstica no Brasil (Instituto Patrícia Galvão/Ipec, 2022)

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Metade dos brasileiros conhece ao menos uma mulher que sofre violência doméstica; denunciar à polícia ou terminar a relação são os principais conselhos à vítima.

Entre as mulheres, são 60% as que conhecem ao menos uma vítima e 36% declararam já terem elas próprias sofrido alguma forma de violência doméstica, sendo a violência psicológica e a violência física as formas mais relatadas; uma em cada dez declara ter sofrido violência sexual. A principal reação da maioria dessas mulheres foi terminar o relacionamento.

Apoio da família e de amigos é considerado por 58% como o principal fator para que essas mulheres saiam da relação violenta. Parcela significativa menciona ainda o apoio do Estado, seja da polícia ou justiça para se protegerem do agressor (53%), ou de assistência social e psicológica (48%).

População reconhece importância das políticas públicas e aprova ampliação dos serviços especializados e qualificação do atendimento às mulheres.

Para 90% dos entrevistados, se houvesse apoio do Estado, as mulheres em situação de violência doméstica se sentiriam mais seguras para denunciar e sair da relação violenta e, para 85%, os homens que praticam violência doméstica sabem que isso é um crime, mas acreditam que não serão punidos.

Na percepção da maioria absoluta da população, é preciso aumentar o número de serviços públicos de assistência e acolhimento para mulheres em situação de violência, para possibilitar que as vítimas em cidades pequenas e médias também tenham acesso a atendimento em serviços especializados, como Delegacias da Mulher e unidades da Casa da Mulher Brasileira.

A pesquisa foi realizada pelo Ipec e Instituto Patrícia Galvão, com apoio do Instituto Beja. Foram entrevistadas por telefone 1.200 pessoas (800 mulheres e 400 homens), com 18 anos ou mais, entre 14 e 24 de outubro de 2022. A margem de erro é de 3 pontos percentuais. O objetivo do estudo foi compreender as percepções e experiências da população brasileira com acesso a um telefone sobre violência doméstica contra a mulher, redes de apoio, canais de denúncia e os serviços e programas de atendimento às vítimas.

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