PCSVDF Mulher – Prevalência da Violência Doméstica e o Impacto nas Novas Gerações (UFC/IMP, 2016)
- Instituição/Órgão
- Instituto Maria da Penha (IMP) / Universidade Federal do Ceará (UFC)
- Âmbito
- estadual / municipal / regional
- Ano
- 2016
Sobre violência doméstica
– 3 em cada 10 mulheres nordestinas (27,04%) passaram por ao menos um episódio de violência doméstica ao longo de sua vida.
– 1 em cada 10 mulheres nordestinas (11,92%) sofreu pelo menos um episódio de violência doméstica nos últimos 12 meses.
– Parceiros – atuais e ex – são apontados como responsáveis pela maioria quase absoluta da violência doméstica praticada contra as mulheres nordestinas. Já em relação à prática de violência física e sexual, os ex-parceiros superam os atuais.
– Maceió/AL, Recife/PE e Aracaju/SE são nessa ordem as três cidades com maior incidência de violência doméstica nos últimos 12 meses do Nordeste.
– 1 em cada 5 mulheres (20,1%) soube na infância de agressões físicas sofridas por suas mães.
– 1 em cada oito mulheres (12,3%) relatou que seus parceiros ou ex souberam de agressões físicas sofridas pelas mães durante a infância.
– 1 em cada dez mulheres (10,5%) reportou que seus parceiros ou ex foram agredidos fisicamente por familiares durante a infância.
– Dentre as mulheres que já engravidaram, 6,2% relataram ter sofrido pelo menos uma agressão física durante a gestação. Uma em cada 3 vítimas (34%) de violência doméstica na última gravidez reportou haver sofrido agressões físicas durante toda a gestação. Entre estas, 6 em cada 10 mulheres (60%) declararam que as agressões mantiveram-se constantes ou até mesmo aumentaram durante a gravidez. E 55,2% relataram que seus filhos testemunharam essa agressões ao menos uma vez, sendo que 24,1% deste grupo de mulheres declararam que os filhos também foram agredidos.
Sobre a pesquisa
Realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Economia (CAEN) da Universidade Federal do Ceará (UFC) em parceria com o Instituto Maria da Penha (IMP), a Pesquisa de Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (PCSVDF Mulher) apresenta um panorama da violência de gênero no Nordeste brasileiro. A pesquisa conta também com a parceria do Institute for Advanced Study in Toulouse e teve apoio financeiro da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República.
A PCSVDF Mulher está sendo divulgada em ondas, sendo que este é o Relatório Executivo I – Primeira Onda (2016), que trata da Prevalência da Violência Doméstica e o Impacto nas Novas Gerações.
Metodologia – A PCSVDF Mulher entrevistou 10 mil mulheres nas nove capitais nordestinas, entre março e julho de 2016. Elas foram entrevistadas por cerca de 250 mulheres que foram capacitadas com aulas sobre questões de gênero, étnico-raciais e ética. Representativa das mulheres com idades entre 16 e 49 anos e moradoras dessas capitais, a pesquisa tem como unidade amostral a mulher residente no domicílio selecionado para a pesquisa. Cada família é entrevistada em duas rodadas, em um processo em que será observado como se apresentam as atitudes de violência contra a mulher nesses grupos familiares.
Saiba mais: No Nordeste, 3 em cada 10 mulheres já sofreram violência, diz pesquisa UFC-IMP (UFC, 09/12/2016)