Dossiê Assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras (Antra – Associação Nacional de Travestis e Transexuais, 2023)

Instituição/Órgão
Âmbito
Ano

131 pessoas trans foram no Brasil em 2022. Mulheres trans e travestis têm até 38 vezes mais chance de serem assassinadas em relação aos homens trans e às pessoas não-binárias.

A pessoa mais jovem assassinada tinha apenas 15 anos. Quase 90% das vítimas tinham de 15 a 40 anos.

Pernambuco foi o estado que mais matou a população trans em 2022, com 13 assassinatos. Seguido de São Paulo que caiu da 1ª para a 2ª posição e do Ceará que saiu de 4º para 3º em 2022, com 11 casos cada. Minas Gerais manteve os 9 casos do ano anterior e o Rio de Janeiro que teve 12 assassinatos em 2021, fechou 2022 com 8.

Perfil das vítimas

Dentre os 131 casos consideradas nas análises de 2022, 37 fontes não traziam qualquer informação a respeito da idade da vítimas, tendo sido considerados apenas os 94 casos onde foi possível identificar a idade.

Os dados de 2022 apontam ainda que, 5 vítimas (5,3%) tinham entre 13 e 17 anos; 49 vítimas (52,1%) tinham entre 18 e 29 anos e; 30 vítimas (32%) tinham entre 30 e 39 anos; 7 vítimas (7,4%) tinham entre 40 e 49 anos; 2 vítimas (2,1%) tinham entre 50 e 59 anos; e 1 vítima (1,1%) com 60 anos.

76% das vítimas eram negras. 24% brancas.

Os suicídios também foram mapeados —foram ao menos 20 casos no mesmo ano.

Estes são alguns dados do Dossiê Assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras, realizado pela Antra – Associação Nacional de Travestis e Transexuais, em 2023.

Sobre a pesquisa 

O monitoramento e levantamento são feitos de forma quantitativa e qualitativa, visto que não existem dados demográficos a respeito da população trans brasileira que possibilite um cruzamento para indicar a proporção população trans versus o número de assassinatos com o intuito de traçar a proporção de casos/habitantes.

Os dados são coletados a partir de pesquisa de informações em fontes primárias, sendo as classificadas como “A” aquelas onde os dados são obtidos a partir de informações: 1) governamentais (Disque 100, SINAN, etc.); 2) órgãos de segurança pública; 3) processos judiciais e; 4) casos publicados em diversos veículos jornalísticos e mídias, hegemônicas, alternativas ou locais – que devido à ausência ou dificuldade de acesso ou subnotificação por parte
do Estado, acabam se tornando as principais fontes dessa pesquisa. Já as fontes secundárias ou complementares, classificadas como “B”, são informações em que nenhuma mídia cobre ou publica o assassinato e que chegam até a ANTRA por: 1) ativistas e representantes de instituições de Direitos Humanos, que chegam através de diversos meios e canais de comunicação (e-mail, Instagram, Facebook, WhatsApp, etc.), da rede de instituições afiliadas da ANTRA e outras ONGs e instituições parceiras; 2) através de publicações nas redes sociais; 3) através do envio de informações de relato testemunhal14; 4) outras fontes não classificadas.

 

Saiba mais sobre a pesquisa