Estatísticas Criminais do Estado de São Paulo: 1º semestre/2016 (Instituto Sou da Paz, 2016)
- Instituição/Órgão
- Instituto Sou da Paz
- Âmbito
- estadual / municipal
- Ano
- 2016
Esta edição do Boletim Sou da Paz Analisa traz uma análise inédita sobre o perfil das vítimas e ocorrências de estupro na cidade de São Paulo a partir de boletins de ocorrência. A análise inclui aspectos como faixa etária e relação entre autor e vítima, além de informações sobre dinâmicas específicas, como aquelas envolvendo o uso de armas de fogo.
– O Estado de São Paulo apresentou no primeiro semestre de 2016 um aumento de casos de estupro em relação ao primeiro semestre de 2015, sendo possível verificar maior volume de registros em duas das três regiões analisadas – Capital (2,0%) e Interior (8,8%).
– Como já esperado, a grande maioria das vítimas de estupro é mulher (87,6%). Além disso, observou-se que a participação de homens entre as vítimas de estupro é mais recorrente entre as vítimas com idades entre 2 e 10 anos, chegando a representar 25% das ocorrências nesta faixa etária;
– Comparando os dados de 2015 e 2016, foi possível verificar que a maior parte das vítimas de estupro possuía entre 11 e 15 anos de idade, aparecendo em segundo lugar a faixa etária de 6 a 10 anos. Em ambos os anos, verificou-se que mais da metade dos estupros foi cometida contra menores de 18 anos – 64% das vítimas de estupro de 2015 e 60,6% das vítimas de 2016. O relatório aponta “a urgência de pensar campanhas de conscientização nos âmbitos familiar e escolar, para que familiares e pessoas próximas estejam atentos a possíveis casos de abuso vitimando crianças e adolescentes e aptos a ajudá-los a romper o silêncio”;
– Somados os resultados das categorias “Conhecido”, “Familiar” e “Relacionamento Amoroso”, tem-se que 64,7% das vítimas em 2015 e 58,9% em 2016 foram violentadas por pessoas de seu círculo pessoal;
– A maioria dos casos de estupros foi praticada dentro de uma residência, fato que dialoga com a prevalência de autores conhecidos e familiares das vítimas. O segundo tipo de local mais comum é a via pública, representando cerca de um terço de todas as ocorrências;
– A quantidade de crimes de estupro em que houve utilização ou menção à existência de armas de fogo representa 10% do universo analisado, tendo sido mais recorrente no primeiro semestre de 2016.
Sobre a publicação
Desde 2012, a cada três meses, o Instituto Sou da Paz analisa as estatísticas divulgadas pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP) sobre a criminalidade, atividades policiais, letalidade e vitimização policial no estado de São Paulo e em suas regiões – capital, Grande São Paulo e interior. Os boletins apresentam um panorama da segurança pública no Estado, identificam tendências e desafios e, assim, permitem uma melhor compreensão dos dados.