Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil – Dados de 2022 (Conselho Indigenista Missionário – CIM)

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Em 2022, foi registrado 20 casos de violência sexual contra crianças, adolescentes e mulheres indígenas.

Os relatos causam espanto e indignação não apenas pela crueldade dos casos, mas também pela característica das vítimas: dos 20 casos registrados, 18 foram cometidos contra crianças e adolescentes, quase todas com idades entre 5 e 14 anos; num dos casos, uma adolescente relata ser estuprada desde os 6 anos.

Uma das vítimas, no entanto, era uma bebê de apenas 1 ano e 11 meses de idade.

Os registros foram feitos nos estados de Alagoas (1 caso), Amazonas (2), Maranhão (2), Mato Grosso do Sul (8), Roraima (3), Santa Catarina (1) e São Paulo (3).

As meninas e mulheres indígenas continuaram sofrendo violências sexuais praticadas pelos garimpeiros invasores do território indígena. Os relatos das mulheres Yanomami – marcados por expressões de medo e angústia – descrevem os garimpeiros como luxuriosos e violentos.

O ano de 2022 representou o fim de um ciclo governamental marcado por violações e pela intensificação da violência contra os povos indígenas no Brasil. Como nos três anos anteriores, os conflitos e a grande quantidade de invasões e danos aos territórios indígenas avançaram lado a lado com o desmonte das políticas públicas voltadas aos povos originários, como a assistência em saúde e educação, e com o desmantelamento dos órgãos responsáveis pela fiscalização e pela proteção destes territórios.

 

Sobre a pesquisa

O relatório sistematizou dados atualizados sobre assassinatos, suicídios e mortalidade na infância referentes ao período de quatro anos. As informações foram obtidas junto a fontes públicas como a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e secretarias estaduais de saúde.

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