Policy Brief Justiça Reprodutiva – Aborto no Brasil: inseguro, ilegal e criminalizado (Associação de Pesquisa Iyaleta, 2023)

Instituição/Órgão
Âmbito
Ano

Percentual (%) de mulheres que tentaram aborto através de susbtâncias tóxicas segundo raça/cor e faixa etária (2012 – 2022)

Preta

  • 10 – 14 anos – 6%
  • 15 – 19 anos – 22%
  • 20 – 39 anos – 65%
  • 40 e mais – 6%

Parda

  • 10 – 14 anos – 3%
  • 15 – 19 anos – 29%
  • 20 – 39 anos – 56%
  • 40 e mais – 12%

Branca

  • 10 – 14 anos – 6%
  • 15 – 19 anos – 26%
  • 20 – 39 anos – 56%
  • 40 e mais – 12%

Percentual (%) do tipo de substâncias tóxicas na tentativa de aborto segundo raça/cor (2012 – 2022)

Preta

  • Medicamento – 54%
  • Raticida – 5%
  • Planta tóxica – 8%
  • Agrotóxico agrícola e doméstico – 4%
  • Produto (veterinário, uso domiciliar, cosmético) – 7%
  • Produto (químico e metal) – 1%
  • Drogas de abuso – 6%
  • Alimento e bebida – 1%
  • Ignorado – 14%
  • Outro – 2%

Parda

  • Medicamento – 58%
  • Raticida – 6%
  • Planta tóxica – 7%
  • Agrotóxico agrícola e doméstico – 4%
  • Produto (veterinário, uso domiciliar, cosmético) – 5%
  • Produto (químico e metal) – 1%
  • Drogas de abuso – 9%
  • Alimento e bebida – 2%
  • Ignorado – 8%
  • Outro – 2%

Branca

  • Medicamento – 72%
  • Raticida – 4%
  • Planta tóxica – 2%
  • Agrotóxico agrícola e doméstico – 2%
  • Produto (veterinário, uso domiciliar, cosmético) – 4%
  • Produto (químico e metal) – 0%
  • Drogas de abuso – 5%
  • Alimento e bebida – 1%
  • Ignorado – 8%
  • Outro – 2%

Razão da mortalidade materna por aborto por 100 mil/nascidos vivos segundo raça/cor (2011/2021)

Preta

  • 2011 – 6%
  • 2012 – 12%
  • 2013 – 5%
  • 2014 – 3%
  • 2015 – 4%
  • 2016 – 5%
  • 2017 – 7%
  • 2018 – 4%
  • 2019 – 3%
  • 2020 – 4%
  • 2021 – 6%

Parda

  • 2011 – 3%
  • 2012 – 3%
  • 2013 – 3%
  • 2014 – 3%
  • 2015 – 3%
  • 2016 – 2%
  • 2017 – 3%
  • 2018 – 3%
  • 2019 – 2%
  • 2020 – 2%
  • 2021 – 2%

Branca

  • 2011 – 2%
  • 2012 – 1%
  • 2013 – 2%
  • 2014 – 2%
  • 2015 – 2%
  • 2016 – 2%
  • 2017 – 2%
  • 2018 – 2%
  • 2019 – 1%
  • 2020 – 1%
  • 2021 – 1%
  • 2.213 mulheres cisgênero e outras pessoas que gestam foram notificadas pela tentativa de aborto inseguro com uso de alguma substância tóxica no período de 2012 a 2022.
  • As pretas e pardas representaram mais da metade entre os grupos raciais, cerca de 54%
  • Quando observamos a faixa etária, são as jovens que apresentam o maior percentual, principalmente as pretas
  • A barreira gerada pelo racismo institucional faz com que mulheres cisgênero e outras pessoas que gestam tenham menos acesso aos serviços de saúde reprodutiva e a métodos contraceptivos de forma qualificada e continua

Sobre a pesquisa:
O primeiro policy brief “Justiça Reprodutiva” da Linha de Pesquisa Equidade e Justiça de Gênero, da Associação de Pesquisa Iyaleta, intitulado “Aborto no Brasil: inseguro, ilegal e criminalizado”, reúne dados inéditos sobre a tentativa de aborto inseguro como resultado da criminalização, nos últimos dez anos no país.

De acordo com o estudo, na última década, as mulheres cisgênero e pessoas que gestam negras (pretas e pardas) representam mais da metade entre os grupos raciais na situação de insegurança em caso de aborto, com cerca de 54% de todos os casos. A partir das notificações do uso de substâncias tóxicas na tentativa de aborto, conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação/Intoxicação Exógena (SINAN/DATASUS), o policy brief constata que os métodos utilizados tornam o aborto um problema de saúde pública e injustiça reprodutiva para meninas e mulheres.

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