Marcha das Margaridas: perfil socioeconômico e condições de vida das mulheres trabalhadoras do campo e da floresta (IPEA, 2013)

Instituição/Órgão
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– Do total de entrevistadas, 58% declararam já ter sofrido violência moral ou psicológica. Essa proporção é maior entre as urbanas (66%) que entre as mulheres com residência fixa ou intermitente rural (55%).

– De acordo com as tabelas, entre as mulheres que sofreram violência moral ou psicológica no âmbito dos movimentos sindicais ou sociais, a maior parte delas (31%) afirma ter denunciado o agressor, administrativa ou judicialmente. O relatório aponta que “embora, nesses casos, ainda seja relativamente alta a proporção de mulheres que sofrem caladas (26%), a diferença permite presumir que a politização das mulheres ou sua experiência de participação em movimentos políticos, como sindicatos e movimentos sociais organizados, contribui para que elas identifiquem nessa violência uma forma de discriminação pela qual o agente deve responder.”

– Os dados apontam que 27% das mulheres entrevistadas – cerca de duas em cada sete mulheres – declaram ter sofrido violência física, sendo que 58% dos casos tiveram como autores cônjuges/companheiros;

– Em relação às principais causas da violência contra a mulher apontadas pelas entrevistadas estão o machismo (29%), o alcoolismo (19%), o silêncio das mulheres (16%).

 

Sobre a pesquisa

O relatório apresenta os principais dados coletados na pesquisa Perfil socioeconômico e condições de vida das mulheres trabalhadoras do campo e da floresta, realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) durante a Marcha das Margaridas de 2011, com coordenação de Alexandre Arbex Valadares e Claudia Mara Pedrosa. Para elaboração deste texto, foram selecionados 12 depoimentos significativos dos problemas de violência enfrentados por essas mulheres. A divulgação do relatório atende a uma previsão contida no Acordo Técnico celebrado entre as coordenações de Desenvolvimento Rural e de igualdade de Gênero, do Ipea, e a Coordenação da Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG). Em dezembro de 2012, foi publicada a primeira versão do relatório, em caráter preliminar. Esta versão atualiza e completa os indicadores apresentados anteriormente, ampliando – em especial – as análises sobre trabalho, renda, participação social e violência.

 

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