Feminicídios no Brasil, uma proposta de análise com dados do setor de saúde (Jackeline Romio, 2017)

Instituição/Órgão
Âmbito
Ano

Sobre feminicídio

– De 1996 a 2014, no Brasil, houve 786.675 óbitos masculinos e 603.767 óbitos femininos na faixa etária entre 0 a 14 anos; 3.077.842 óbitos masculinos e 1.191.092 óbitos femininos no grupo de 15 a 49 anos; e 7.468.921 óbitos masculinos e 6.558.805 óbitos femininos no grupo com 50 anos e mais.

– A maioria das mortes por agressão sexual foram de mulheres de 0 a 49 anos.

– A maior incidência de feminicídios ocorreu no grupo de mulheres de 15 a 49 anos.

– De 2009 a 2014 ocorreram no Brasil 300.694 óbitos masculinos e 27.550 óbitos femininos por agressão física. A análise sobre o local destas ocorrências revela que 29.523 óbitos masculinos ocorreram no domicílio (9,81% dos casos), enquanto o número de óbitos femininos no domicílio (7.707 casos) representou 27,57% desse total.

Sobre a pesquisa

A pesquisa realizada pela pesquisadora Jackeline Aparecida Ferreira Romio foi consolidada em sua tese de doutorado em Demografia no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (IFCH/Unicamp). De acordo com a autora, a “pesquisa de tese se propôs a investigar a mortalidade feminina por feminicídios no Brasil, com dados do setor de saúde de 1996 a 2014”. Além de aprofundar o olhar para os dados a partir dessa perspectiva, a tese contribui para uma melhor compreensão sobre os bancos do sistema de saúde e debate quais métodos podem ser utilizados para identificar os feminicídios no Brasil com base nesses dados.

Nesta pesquisa, os feminicídios são entendidos como “os óbitos femininos que tenha relação com a opressão de gênero”, sendo compreendidos em três categorias: os feminicídios reprodutivos, ligados às mortes por aborto; os feminicídios domésticos, relacionados às violências letais na residência ou no âmbito das relações familiares e/ou conjugais; e os feminicídios sexuais, ligados às violências letais que apresentam evidência de violência sexual”.

Saiba mais sobre a pesquisa