Esgotadas: o empobrecimento, sobrecarga de cuidado e o sofrimento psíquico das mulheres (Think Olga, 2023)
- Instituição/Órgão
- Think Olga
- Âmbito
- nacional
- Ano
- 2023
- Quase metade das brasileiras (45%) possui um diagnóstico de ansiedade, depressão ou algum outro transtorno mental.
- Estresse, irritabilidade, sonolência, fadiga, baixa autoestima, insônia e tristeza são sintomas experimentados por elas cotidianamente.
Entre as causas apontadas pelas mulheres para essa situação se relacionam principalmente a:
- Falta de dinheiro
- Sobrecarga
- Insatisfação com o trabalho
E, assim como outras estatísticas e pesquisas já demonstraram historicamente, são as mulheres negras as que vivenciam maior sofrimento com essas condições.
Adoecidas
Das entrevistadas, quase metade (45%) das mulheres responderam que já foram diagnosticadas com algum transtorno mental.
Porcentagem de mulheres que foram diagnosticadas com transtornos mentais, por transtorno:
- Ansiedade: 35%
- Depressão: 17%
- Síndrome do pânico: 7%
- Transtorno alimentar: 3%
- Transtorno obsessivo-compulsivo: 2%
- Transtorno afetivo bipolar: 2%
- Transtorno explosivo intermitente: 1%
Sentimentos frequente presentes no dia a dia das mulheres, em porcentagem:
- Ansiedade: 55%
- Estresse: 49%
- Irritabilidade: 39%
- Sonolência: 28%
- Fadiga: 28%
- Baixa autoestima: 28%
- Insônia: 27%
- Perda de interesse: 26%
- Tristeza: 25%
Insatisfeitas
As brasileiras também revelaram na pesquisa que não estão satisfeitas em nenhuma área da vida.
Satisfação em cada área, em porcentagem:
- Relações amorosas: 32%
- Relações familiares: 30%
- Relação consigo mesma, sua autoestima: 27%
- Relação com a comunidade/amizades: 24%
- Saúde emocional: 24%
- Capacidade de conciliar diferentes áreas da vida: 21%
- Situação financeira: 14%
Falta de dinheiro e sobrecarga de trabalho são as maiores questões que afetam hoje a saúde emocional das mulheres brasileiras.
Quando perguntadas sobre as áreas da vida que as brasileiras mais desejam mudar, ganham destaque a situação financeira e o trabalho:
- 60% desejam mudar a situação financeira
- 30% querem mudanças no trabalho
A insatisfação com a vida financeira espelha os problemas sociais: como sempre, mulheres negras e pobres são as mais afetadas.
- 61% das mulheres brancas se consideram satisfeitas
- 46% das mulheres pretas e pardas se consideram satisfeitas
Mulheres que estão insatisfeitas com sua carga de responsabilidade, em porcentagem:
- Mães solos: 56,9%
- Cuidadoras: 40,6%
- Não cuidadoras: 34,9%
Estratégias de cuidado
Atividades praticadas para cuidar da saúde mental, em porcentagem:
- Faço atividades físicas: 40%
- Pratico minha espiritualidade: 37%
- Passo tempo com amigos e família: 35%
- Cuido da minha aparência: 31%
- Foco em estudar, ler ou trabalhar: 27%
- Cuido da minha alimentação: 26%
- Procuro ficar perto da natureza: 25%
- Tenho meus hobbies que impactam meu bem-estar: 24%
- Pesquiso e me informo sobre saúde mental por conta própria: 16%
- Faço terapia ou análise: 15%
Sobre a pesquisa:
Lançada em outubro de 2023, a pesquisa “Esgotadas: o empobrecimento, sobrecarga de cuidado e o sofrimento psíquico das mulheres”, realizada pelo Think Olga, organização dedicada a sensibilizar a sociedade sobre questões de gênero e suas intersecções, foi conduzida online por meio de um questionário estruturado entre os dias 12 e 26 de maio de 2023. A pesquisa apresenta margem de erro de 3 pontos percentuais e intervalo de confiança de 95%.
Acesse mais informações no site da pesquisa ou faça o download do PDF abaixo.