Atlas da Violência 2025 (Ipea/FBSP, 2025)

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Entre 2013 e 2023, 47.463 mulheres foram assassinadas no Brasil. 

Em 2023, foram 3.903 vítimas — uma taxa de 3,5 por 100 mil mulheres. 

Embora os homicídios tenham diminuído no Brasil, a queda foi menor entre as mulheres. De 2013 a 2023, a taxa geral caiu 26%, enquanto a feminina recuou 25% — com diferença maior nos últimos cinco anos. 

Em 2023, os homicídios gerais caíram 2%, mas entre mulheres não houve variação. Foram mais de 47 mil mulheres assassinadas em uma década, com média de 13 por dia. Estima-se ainda subnotificação: a taxa real de homicídios femininos em 2023 pode ter sido 17% maior que a registrada oficialmente.

As estimativas revelam que a violência letal contra mulheres é subnotificada e varia entre os estados, com algumas UFs acima da média nacional e outras registrando quedas mais acentuadas. Confira alguns destaques:

Entre 2022 e 2023:

  • Aumento da taxa de homicídios femininos em 10 estados
  • Redução em 15 estados
  • Estabilidade em 2 estados

Maiores aumentos:

  • Rio de Janeiro (29%)
  • Pernambuco (27%)
  • Distrito Federal (23%)

Maiores quedas:

  • Mato Grosso do Sul (32%)
  • Acre (25%)
  • Rondônia (18%)

A maioria dos feminicídios no Brasil ocorre dentro de casa, tornando o ambiente doméstico o mais perigoso para as mulheres. 

Em 2023, 37% dos homicídios femininos foram registrados como feminicídios:

A violência de gênero no Brasil afeta todas as mulheres, mas atinge de forma mais intensa as mulheres negras. Em 2023, elas representaram 68% dos homicídios femininos. 

Entre 2013 e 2023, foram mais de 30 mil vítimas negras — 67% do total:

Em relação aos casos de violência não letal contra mulheres — cuja notificação é obrigatória desde 2003 — a maioria envolve violência doméstica e intrafamiliar, praticada por parceiros ou familiares.

Em 2023, 64% dos 275 mil registros envolveram esse tipo de violência:

Crianças e adolescentes sofrem muito com violência doméstica no Brasil.

24% das vítimas têm entre 0 e 14 anos:

  • 0 e 9 anos (15%)
  • 10 e 14 anos (9%)

Adultas mais afetadas:

  • 25 a 29 anos (11%)
  • 30 a 34 anos (10%)

A maioria das vítimas de violência doméstica são mulheres negras (59%):

A maior parte das violências domésticas e intrafamiliares contra mulheres ocorre dentro de casa (81%), enquanto a via pública responde por apenas 6% dos casos:

Sobre a pesquisa:

O “Atlas da Violência 2025”, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em conjunto com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), apresenta um panorama da violência no Brasil. Utilizando dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, o estudo examina os homicídios considerando fatores como gênero, raça e faixa etária, entre outras categorias.

A violência contra mulheres no Brasil continua grave e estrutural, com quase 4 mil homicídios em 2023. Apesar de avanços legais, a letalidade feminina permanece elevada, principalmente entre mulheres negras e vulneráveis. A maioria dos casos acontece no ambiente doméstico, fruto de ciclos repetidos de agressões físicas, psicológicas e sexuais, indicando a necessidade de políticas mais eficazes.

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