Mapa da Violência 2012 – atualização: Homicídios de Mulheres no Brasil (Cebela/Flacso, 2012)

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Mais de 40 mil mulheres assassinadas na última década; mais de 92 mil em 30 anos

Sobre a pesquisa

Em agosto de 2012 o Cebela (Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos) e a Flacso (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais) divulgaram uma atualização do Mapa da Violência 2012: Homicídio de Mulheres no Brasil (Instituto Sangari), de autoria de Julio Jacobo Waiselfisz, do Instituto Sangari, incorporando dados de homicídios e de atendimentos no sistema de saúde, que no relatório anterior eram ainda preliminares e que foram liberados posteriormente pelo Ministério da Saúde.

Com a liberação dos dados finais de 2010, as duas fontes utilizadas no Mapa – o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) – tiveram seus registros alterados. Assim, o registro total de homicídios passou de 49.992 para 52.260 e os homicídios de mulheres passaram de 4.297 para 4.465.

A maior mudança ocorreu no número de atendimentos do Sinan, sistema do Ministério da Saúde de notificação compulsória de violências, que nos dados preliminares registravam 42.916 atendimentos de mulheres vítimas de violência, enquanto na atualização somavam 70.285 casos, com alterações significativas para diversas UFs.

Acesse o site do Mapa da Violência 2012 – atualização Homicídios de Mulheres no Brasil e também a tabela com dados dos 5.565 municípios.

Veja também: Mapa da Violência 2012 – Homicídio de Mulheres no Brasil (Instituto Sangari, abril de 2012)

Mais de 40 mil mulheres assassinadas em 10 anos

Em 30 anos (1980-2010) foram assassinadas mais de 92 mil mulheres, 43,7 mil só na última década.

“O número de mortes nesse período passou de 1.353 para 4.465, que representa um aumento de 230%, mais que triplicando o quantitativo de mulheres vítimas de assassinato no país.”

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Além de armas de fogo, as mulheres morrem também por lesões provocadas por contato direto

Enquanto 3 a cada 4 homicídios de homens são praticados com arma de fogo, no caso das mulheres esse meio está presente em pouco menos da metade das mortes.

Nos assassinatos de mulheres estão também presentes outros meios que exigem contato direto, como objetos cortantes, penetrantes ou contundentes, ou o estrangulamento/sufocação, o que pode indicar uma maior incidência de violência por parceiro íntimo ou por outra razão de gênero.

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A casa como local de morte para as mulheres

Entre os homens, apenas 14% dos incidentes que levaram à morte aconteceram na residência da vítima.

No caso das mulheres, essa proporção eleva-se para 41%.

Espírito Santo tem a maior taxa de homicídios de mulheres

Espírito Santo, com sua taxa de 9,6 homicídios em cada 100 mil mulheres, mais que duplica a média nacional e quase quadruplica a taxa de Piauí, estado que apresenta o menor índice do país.

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Entre as capitais, as maiores taxas estão em Vitória (ES), João Pessoa (PB), Maceió (AL) e Curitiba (PR), com níveis acima dos 10 homicídios em 100 mil mulheres.
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