Elas Vivem: dados que não se calam 3° Edição (Rede de Observatórios de Segurança, 2023)
2423 casos registrados de violência contra as mulheres em 2022.
495 deles feminicídios. Um caso de feminicídio foi monitorado a cada 24h.
BA apresentou aumento de 58% de casos e lidera os feminicídios no NE
SP registra um caso de violência contra a mulher a cada dez horas
RJ tem alta de 45% de casos e quase dobra números de estupros
MA é o segundo do NE em agressões e tentativas de feminicídio
PE só fica atrás da Bahia quando se trata de violência contra a mulher no NE
CE deixa de liderar transfeminicídios, mas tem alta de casos de violência sexual
PI registra 48 casos de feminicídios
A maior parte dos crimes é cometida por companheiros e ex-companheiros, mas o estado também precisa ser responsabilizado.
Esses são dados do boletim Elas Vivem: dados que não se calam, realizado pela Rede de Observatórios de Segurança. A terceira edição do documento apresenta o monitoramento de sete estados: BA, CE, PE, SP, RJ e pela primeira vez, MA e PI. Entre os casos registrados, 510 são feminicídios, ou seja, uma mulher morre por ser mulher a cada dia.
Metodologia
Os dados são produzidos a partir de um monitoramento diário do que circula nos meios de comunicação e nas redes sociais sobre violência e segurança. As informações coletadas alimentam um banco de dados que posteriormente é revisado e consolidado. A violência contra mulher é o terceiro indicador de violência mais registrado pela Rede de Observatórios. Atrás apenas de eventos com armas de fogo e ações policiais – que tradicionalmente ocupam o noticiário policial. O monitoramento sensível da Rede de Observatórios permite que crimes que não são noticiados e tipificados pela polícia como violência contra a mulher ou feminicídio, mas que possuem evidências desse tipo violência, possam ser nomeados corretamente. Dessa forma, rompendo a subnotificação comum a esse tipo de crime.
Sobre Rede de Observatórios
A Rede de Observatórios atua na produção cidadã de dados com rigor metodológico em oito estados em parceria com instituições locais. É realizado o acompanhamento de indicadores de segurança em oito estados em parceria com a Iniciativa Negra Por Uma Nova Política de Drogas, da Bahia; Laboratório de Estudos da Violência (LEV), do Ceará; Rede de Estudos Periférico (REP), do Maranhão; Grupo de Pesquisa Territórios Emergentes e Redes de Resistência na Amazônia (TERRA), do Pará; Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop), de Pernambuco; Núcleo de Pesquisas sobre Crianças, Adolescentes e Jovens (NUPEC), do Piauí; Núcleo de Estudos da Violência (NEV/USP), de São Paulo. O estado do Pará passou a ser monitorado em janeiro de 2023 e por isso ainda não possuí dados sobre que possam ser apresentados neste relatório. Já Maranhão e Piauí completaram o seu primeiro ano na Rede e por isso seus dados estão presentes nesse relatório pela primeira vez.