Percepções e comportamentos sobre violência sexual no Brasil (Instituto Patrícia Galvão/Locomotiva, 2016)

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Sobre situações, causas e fatores da violência sexual

– A naturalização da violência contra as mulheres foi captada na pesquisa: espontaneamente, apenas 11% das entrevistadas afirmaram já ter sofrido alguma forma de violência sexual, número que sobe a 39% quando são apresentadas a uma lista de situações que se configuram como agressões sexuais.

– Fazendo uma projeção da porcentagem na população brasileira, é possível então estimar que 30 milhões de brasileiras já foram vítimas de violência sexual.

– Em relação aos homens, espontaneamente apenas 2% admitem ter cometido violência sexual, mas diante da lista de situações, 18% reconhecem terem praticado a violência.

– Ao abordar as percepções da população sobre as causas e fatores da violência sexual, a pesquisa revela que 69% das brasileiras associam a violência sexual ao machismo, enquanto que para 42% dos homens a violência sexual acontece porque a mulher provoca.

– Quando perguntados sobre os motivos pelos quais um homem comete violência sexual contra uma mulher, brasileiros e brasileiras concordam com frases que ‘justificam’ a violência: para 67% o homem comete violência sexual porque ‘não consegue controlar seus impulsos; para 58%, porque bebe ou usa droga; e para 32% porque tem problema mental.

Segurança e políticas públicas

– O estudo revela que, para 59% dos entrevistados, as vítimas de violência sexual que denunciam não recebem o apoio de que precisam, enquanto 54% acreditam que as vítimas não contam com o apoio do Estado para denunciar o agressor.

– 74% afirmam que nenhum delegado deveria perguntar para uma mulher vítima de estupro como ela estava vestida e 54% acreditam que procurar uma justificativa para o estupro no comportamento da vitima significa culpar a mulher. Nove de dez entrevistados (90%) consideram que quem presencia ou fica sabendo de um estupro e fica calado também é culpado.

– No âmbito das políticas públicas, 96% dos entrevistados são favoráveis a que o governo disponibilize a pílula do dia seguinte para mulheres vítimas de violência sexual e 75% declaram que são a favor de que as mulheres tenham direito a aborto legal em caso de gravidez decorrente de um estupro.

Sobre estupro 

– 49% avaliam que a maior parte dos estupros acontece dentro de casa e 64% concordam que o estuprador muitas vezes é um colega de escola ou de trabalho.

– O estudo revela que 97% das mulheres e homens consideram que sexo sem consentimento sempre é estupro.

– 89% dos entrevistados afirmam que estar bêbado não é justificativa para um homem abusar de uma mulher.

– 96% concordam que é preciso ensinar os homens a respeitar as mulheres e não as mulheres a ter me

Sobre a pesquisa

Realizada pelo Instituto Patrícia Galvão e Instituto Locomotiva, com apoio da Secretaria de Políticas para as Mulheres e da Campanha Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha, a pesquisa “Violência Sexual – Percepções e comportamentos sobre violência sexual no Brasil” ouviu 1.000 pessoas de ambos os sexos, com 18 anos ou mais, em 70 municípios das cinco regiões, entre os dias 6 e 19 de julho de 2016.

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Situações de violência sexual

A naturalização da violência contra as mulheres também aparece na pesquisa: espontaneamente, apenas 11% das entrevistadas afirmaram já ter sofrido alguma forma de violência sexual, número que sobe a 39% quando são apresentadas a uma lista de situações que se configuram como agressões sexuais. Fazendo uma projeção é possível então estimar que 30 milhões de brasileiras já foram vítimas de violência sexual.

Em relação aos homens, espontaneamente apenas 2% admitem ter cometido violência sexual, mas diante da lista de situações, 18% reconhecem terem praticado a violência.

Diferentes situação de violência sexual
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Já no caso das relações consentidas, 78% das mulheres e 74% dos homens consideram violência sexual ter relação sem preservativo porque o parceiro não aceita.

Espontaneamente, 37% afirmam conhecer alguma mulher que já foi vítima de violência sexual; mas, diante de uma lista de situações, 55% declaram já ter presenciado ou ficado sabendo de algum caso.

Para 94% das mulheres e 91% dos homens, é considerada violência sexual uma mulher ter fotos ou vídeos íntimos divulgados sem sua autorização.

Segurança e políticas públicas

Quando questionados sobre o que acham que acontece com um homem que comete violência sexual, 52% consideram que não acontece nada, enquanto 29% acreditam que o agressor é preso.

76% das mulheres e 67% dos homens consideram que a impunidade é o principal motivo para que um homem cometa uma violência sexual contra uma mulher.

Segurança Pública
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O estudo revela que, para 59% dos entrevistados, as vítimas de violência sexual que denunciam não recebem o apoio de que precisam, enquanto 54% acreditam que as vítimas não contam com o apoio do Estado para denunciar o agressor.

74% afirmam que nenhum delegado deveria perguntar para uma mulher vítima de estupro como ela estava vestida e 54% acreditam que procurar uma justificativa para o estupro no comportamento da vitima significa culpar a mulher. Nove de dez entrevistados (90%) consideram que quem presencia ou fica sabendo de um estupro e fica calado também é culpado.

No âmbito das políticas públicas, 96% dos entrevistados são favoráveis a que o governo disponibilize a pílula do dia seguinte para mulheres vítimas de violência sexual e 75% declaram que são a favor de que as mulheres tenham direito a aborto legal em caso de gravidez decorrente de um estupro.

Sobre causas e fatores da violência sexual

Ao abordar as percepções da população sobre as causas e fatores da violência sexual, a pesquisa revela que 69% das brasileiras associam a violência sexual ao machismo, enquanto que para 42% dos homens a violência sexual acontece porque a mulher provoca.

Quando perguntados sobre os motivos pelos quais um homem comete violência sexual contra uma mulher, brasileiros e brasileiras concordam com frases que ‘justificam’ a violência: para 67% o homem comete violência sexual porque ‘não consegue controlar seus impulsos; para 58%, porque bebe ou usa droga; e para 32% porque tem problema mental.

 

Sobre estupro

Na percepção da população sobre o estupro chama atenção que 49% avaliam que a maior parte dos estupros acontece dentro de casa e 64% concordam que o estuprador muitas vezes é um colega de escola ou de trabalho.

O estudo revela que 97% das mulheres e homens consideram que sexo sem consentimento sempre é estupro. O mesmo percentual (97%) concorda que ‘sóbria, chapada, vestida ou pelada, nenhuma mulher merece ser estuprada’.

A pesquisa mostra que 89% dos entrevistados afirmam que estar bêbado não é justificativa para um homem abusar de uma mulher.

Para 74%, a mídia reforça comportamentos desrespeitosos com as mulheres; e 96% concordam que é preciso ensinar os homens a respeitar as mulheres e não as mulheres a ter medo.

Saiba mais sobre a pesquisa