Balanço do 1º semestre/2015 do Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher (SPM-PR, 2015)

Instituição/Orgão: Âmbito:: Ano:

O Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), registrou 364.627 atendimentos de janeiro a junho de 2015, o que representa uma média de 60.771 atendimentos por mês, ou 2.025 ao dia.

Do total de atendimentos realizados no 1º semestre de 2015:
– 46% resultaram em encaminhamentos para outros serviços de teleatendimento, como o 190 da Polícia Militar, o 197 da Polícia Civil e o Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH-PR);
– 35% corresponderam à prestação de informações (principalmente sobre a Lei Maria da Penha);
– 10% resultaram em encaminhamentos para serviços especializados; e
9% (que representam 32.248 atendimentos) foram relatos de violência contra a mulher.

O mito da dependência econômica
Nos casos de violência relatados ao Ligue 180 de janeiro a junho de 2015, 64,5% das mulheres em situação de violência não dependiam financeiramente do agressor, o que derruba o senso comum de que a dependência financeira é a principal explicação para a permanência da mulher em relações marcadas pela violência. O dado serve de alerta para que se busque compreender a violência contra as mulheres como um fenômeno complexo, que envolve uma ampla gama de fatores socioculturais.

Desde sua criação em 2005, o Ligue 180 já registrou 4.488.644 atendimentos.

Sobre o serviço
O Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher é um serviço de utilidade pública, gratuito e confidencial, administrado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR). O Ligue 180 recebe e encaminha denúncias de violência e reclamações sobre os serviços da rede de atendimento à mulher, orienta sobre os direitos das mulheres e a legislação vigente, além de direcionar o atendimento a outros serviços, quando necessário.

A Central funciona 24 horas, todos os dias da semana, inclusive nos fins de semana e feriados, e pode ser acionada de qualquer lugar do Brasil e de mais 16 países (Argentina, Bélgica, Espanha, EUA/São Francisco, França, Guiana Francesa, Holanda, Inglaterra, Itália, Luxemburgo, Noruega, Paraguai, Portugal, Suíça, Uruguai e Venezuela). Desde março de 2014 o Ligue 180 atua como disque-denúncia, com capacidade de envio de denúncias para a Segurança Pública com cópia para o Ministério Público de cada Estado.

Leia mais sobre o Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher no site da SPM-PR

Acesse a divulgação: SPM divulga balanço da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 (SPM – 07/08/2015)

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Agressões físicas e psicológicas são as queixas mais frequentes

Do total de 32.248 relatos de violência contra a mulher recebidos pelo serviço Ligue 180 no 1º semestre de 2015, 16.499 foram de violência física (51,16%); 9.971 de violência psicológica (30,92%); 2.300 de violência moral (7,13%); 629 de violência patrimonial (1,95%); 1.308 de violência sexual (4,06%); 1.365 de cárcere privado (4,23%); e 176 de tráfico de pessoas (0,55%).

Variações nas violências registradas [em relação ao mesmo período em 2014]:

aumento de 47,63 % no número de violências sexuais (estupro, assédio, exploração sexual), com média de sete registros por dia;
aumento de 65,39 % no número de estupros registrados, uma média de cinco por dia;
aumento de 145,5 % nos relatos de cárcere privado, média de oito registros por dia.

Medo de feminicídio esteve presente em mais de 30% dos relatos

O risco de que a violência acabe resultando na morte das vítimas foi percebido em 31,22% dos relatos

o risco de espancamento, em 11,85%

o risco de  outro dano físico, em 22,72%

o risco de danos psicológicos, em 21,36%

Denúncias foram encaminhadas à Segurança Pública ou ao Ministério Público

Desde março de 2014, o Ligue 180 assumiu a atribuição de disque denúncia, passando então a acumular a função de orientação com a de envio de denúncias de violência contra mulheres aos órgãos competentes pela investigação.

No 1º semestre de 2015 o Ligue 180 encaminhou as seguintes denúncias aos órgãos de segurança
pública e do sistema de justiça:
tabela_balancoligue1sem2015

Em mais de 21% dos relatos os filhos também sofreram violência

Familiares, vizinhos e amigos estão ligando mais para relatar violências

Embora as próprias mulheres vítimas continuem sendo as que mais buscam o Ligue 180 (59,98%) para relatar casos de violência, segundo avaliação da equipe técnica responsável pelo Balanço verificou-se neste 1º semestre de 2015 um aumento na procura da Central por pessoas próximas à vítima – como familiares, vizinhos e amigos e amigas -, que relataram os casos de violência.