Sobre homicídios de mulheres

– Em 2016, 4.645 mulheres foram assassinadas no país, o que representa uma taxa de 4,5 homicídios para cada 100 mil brasileiras. No período de dez anos, observou-se um aumento de 6,4% na taxa de homicídios de mulheres.

– Roraima apresentou uma taxa de 10 homicídios por 100 mil mulheres, bastante à frente dos estados do Pará (7,2) e Goiás (7,1).

Sobre o homicídio de mulheres negras

– A taxa de homicídios é maior entre as mulheres negras (5,3) do que entre as não-negras (3,1) — uma diferença de 71%.

– Em relação aos dez anos da série, a taxa de homicídios para cada 100 mil mulheres negras aumentou 15,4%, enquanto que para as não-negras foi registrada queda de 8%.

– Entre 2006 e 2016, a taxa de assassinatos  de mulheres negras em vinte estados brasileiros cresceu no período, sendo que em doze deles o aumento foi maior que 50%.

Sobre estupro

– Pela primeira vez, o Atlas da Violência realizou uma análise sobre a violência sexual que aponta que, em cinco anos, o número de registros de estupro no sistema de saúde dobrou.

– O levantamento revela que cerca de 51% dos casos em 2016 vitimaram crianças com menos de 13 anos de idade. Em 30% desses casos, o agressor era amigo ou conhecido da criança e em outros 30% o agressor foi um familiar próximo, como pai, padrasto, irmão ou mãe. Quando o agressor é conhecido, a violência sexual ocorreu dentro da casa da vítima em 78% dos casos.

– Enquanto as polícias registraram 49.497 estupros em 2016, o Sistema Único de Saúde contabilizou 22.918 casos. O Atlas estima que, em razão da subnotificação que caracteriza esse tipo de crime, teria havido entre 300 mil e 500 mil casos de estupro naquele ano.

Sobre a pesquisa

Com o objetivo de “melhor compreender o processo de acentuada violência no país”, pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) construíram  uma análise sobre os homicídios no país, com dados nacionais e também por regiões, estados e municípios.

Elaborado a partir da consolidação dos dados de mortalidade registrados no SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde), referentes ao ano de 2016, o Atlas da Violência 2018 apresenta dados e análises sobre a violência letal com recortes por idade, gênero e raça/cor, evidenciando as desigualdades das mortes violentas que vêm se acentuando nos últimos dez anos no país. Na seção sobre violência contra as mulheres são apresentados dados sobre feminicídios e estupros.

Pesquisadores: Daniel Cerqueira (Ipea), Renato Sergio de Lima (FBSP e FGV), Samira Bueno (FBSP), Cristina Neme (FBSP), Helder Ferreira (Ipea), Danilo Coelho (Ipea), Paloma Palmieri Alves (Ipea), Marina Pinheiro (FBSP), Roberta Astolfi (FBSP) e David Marques (FBSP). Estagiários: Milena Reis e Filipe Merian.

Saiba mais:
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Infográfico
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